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Cooperativa vira opção a famílias de condomínio

Moradores se organizam para gerar emprego e bancar custos de novos apartamentos em Santa Bárbara

Moradores se reuniram para fundar cooperativa de reciclagem em novo condomínio; objetivo é gerar renda para pagar mensalidades.

Elas foram contempladas com apartamentos do Condomínio Bosque das Árvores, empreendimento destinado a famílias de baixa renda localizado em Santa Bárbara d’Oeste, mas para que o sonho da casa própria seja vivido por completo, ainda precisam de uma fonte de renda, justamente para poderem pagar as mensalidades e o condomínio. Com esse objetivo, nove moradoras se reuniram e criaram uma cooperativa de reciclagem, a “Junto Somos Fortes”, que está prestes a entrar em funcionamento.

De acordo com a presidente da cooperativa, Graziela Alves Neto, a ideia surgiu pouco antes da extinção da Favela Zumbi dos Palmares, onde ela e as outras mulheres da cooperativa moravam. Lá, elas trabalhavam recolhendo materiais reciclados, e podiam armazenar parte deles, antes de vender, no terreno de seus barracos, além de guardar os carrinhos utilizados para o trabalho. Quando souberam que iriam morar em apartamentos, e que não poderiam guardas os carrinhos no condomínio, começaram a buscar soluções.

O grupo se formou e está esperando a liberação do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica). A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste cedeu um terreno do município, localizado próximo ao condomínio, para que a cooperativa realize as atividades. Além disso, a prefeitura irá destinar parte dos resíduos recicláveis do Programa de Coleta Seletiva Municipal para eles, da mesma forma que já faz com a cooperativa já existente Recicoplast.

OPORTUNIDADE. Por enquanto, o grupo é formado por nove pessoas, mas a intenção é crescer para dar emprego digno ao maior número de pessoas possível, segundo Graziela. “Tem umas duzentas pessoas que estão nos procurando pra pedir emprego. A gente está esperando girar, funcionar, pra conseguir pagar um salário digno pra cada uma, porque não adianta um monte de gente trabalhando para ganhar R$ 30 por mês”, afirmou a presidente.

Um dos idealizadores da cooperativa foi o ativista Carlinhos Barros, que há anos auxilia os moradores da favela. “As pessoas catavam reciclagem na rua e vieram questionar, porque naquele local não poderiam armazenar a coleta, e guardar seu carrinho. Disseram que não teriam como pagar condomínio e a parcela”, contou. Carlinhos diz acreditar que a cooperativa possa ser uma solução para o desemprego dos moradores. “A habitação não é só a casa, tem que pensar na creche e também na possibilidade de dar trabalho. A Administração entendeu que isso era uma necessidade, porque as pessoas não iam conseguir pagar suas contas, até por conta da crise, e então começaram dar o apoio logístico”, explicou.

SONHO. Para a presidente Graziela, a cooperativa em funcionamento, empregando moradores e moradoras, será a concretização do sonho da casa própria. “O sonho ainda está incompleto, porque falta emprego. O objetivo é conseguir se manter, conseguir dar continuidade ao nosso sonho da nossa casa. Não é só estar aqui dentro, é conseguir pagar as contas. Sonhar por completo”, disse a presidente.

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