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Sinfônica do Teatro Nacional: a harmonia dos instrumentos no palco

Posição dos diferentes naipes segue ordem estabelecida no século 18. Ensaios da orquestra para concertos que homenageiam Beethoven em 2017 ocorrem no Cine Brasília

Para garantir que o som chegue aos ouvidos do público na vibração ideal, a Orquestra Sinfônica organiza-se no palco de acordo com a posição estabelecida no século 18. Foto: Andre Borges.

Para garantir que o som chegue aos ouvidos do público na vibração ideal, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro organiza-se no palco de acordo com a posição estabelecida no século 18, que considera uma planta básica de combinação de músicos e instrumentos. Tradicionalmente, o conjunto é composto por cordas, sopro e percussão, divididos por naipes — subgrupos de instrumentos iguais ou da mesma família.

Há quatro famílias ou naipes de instrumentos: cordas, madeiras, metais e percussão. Base da orquestra e maioria do total que forma uma orquestra, as cordas são: violino, viola, violoncelo, contrabaixo, harpa e piano. Flauta, oboé, clarinete e fagote compõem as madeiras. Já trompa, trompete, tuba e trombone integram os metais. Na percussão, há uma variedade grande, entre eles, bumbo, marimba, tímpanos e xilofone.

Conforme as características dos sons, a orquestra é posicionada de maneira que os instrumentos de maior impacto sonoro, como os de percussão, fiquem mais ao fundo do palco, seguidos à frente por metais, madeiras e cordas. “Devem ser levadas em conta a acústica do local, a melodia e a propagação do som”, explica o maestro titular, Cláudio Cohen.


O regente fica sempre à frente. “É ele quem faz o equilíbrio, avalia se está forte, fraco, se precisa de mais sopro, por exemplo”, detalha Cohen, que dirige o grupo de 69 profissionais efetivos. Os violinos, que são maioria, devem ficar sempre à frente e podem ter a posição variada dependendo do palco. O spalla (ombro em italiano), líder do naipe de primeiros violinos e braço direito do maestro, entra depois de todos os outros músicos já estarem acomodados.

Dependendo da obra, o solista, que pode tocar qualquer instrumento, costuma posicionar-se à direita do maestro. Caso haja mais de um solista em uma peça, eles podem se dividir nos dois lados do regente. Segundo Cohen, a composição da orquestra também segue o caráter histórico ocidental. “Nos anos 1800, os conjuntos eram formados basicamente pelas cordas; os outros instrumentos, como os sopros, foram integrados posteriormente.”

Aqueles posicionados atrás ficam em locais mais altos, para que o som passe por cima e sofra a menor interferência possível. “Como [o som] é uma onda mecânica, se todos estiverem na mesma linha, há barreiras humanas para que ele chegue ao público”, explica o maestro titular da orquestra.

O lugar ocupado também segue o padrão estético, levando em consideração o porte para pensar na composição do grupo em palco. “Os grandes tapam a visibilidade dos menores”, exemplifica Cohen.

Trecho do concerto executado no Cine Brasília na terça-feira (14), com participação do solista Alessandro Borgomanero

Concertos em homenagem a Beethoven

Cerca de 50 músicos participam dos concertos em homenagem a Ludwig van Beethoven (1770-1827) ao longo de 2017, no Cine Brasília (106/107 Sul). Para isso, seguem uma rotina de ensaios de segunda a sexta-feira, com intervalos na quarta-feira, dia posterior às apresentações na sala com capacidade para 620 lugares. O grupo vai executar parte da extensa obra do alemão, para oferecer um panorama geral. A iniciativa lembra os 190 anos da morte do compositor.

A série comemorativa conta com 14 violinos (divididos em dois naipes: primeiros violinos e segundos violinos), sete violas, sete violoncelos, quatro contrabaixos, duas flautas, dois oboés, dois clarinetes, dois fagotes, três trompas, dois trompetes e três tímpanos (tocados por um músico).

No programa estão nove sinfonias, cinco concertos para piano e orquestra, concerto para violino, aberturas sinfônicas e outras obras-primas de Beethoven.

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