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Descarte inadequado de lixo hospitalar pode contaminar população

Alguns resíduos são incinerados, e outros são levados para aterros sanitários

Além de causar danos ao meio ambiente, o lixo hospitalar, quando descartado inadequadamente, pode contaminar a população. Integrante da Comissão de Gestão Ambiental do Conselho Regional de Farmácia do DF (CRF), Ada Urdapillet alerta para os riscos ambientais e para a saúde pública gerados pelos resíduos hospitalares. “No caso de materiais perfurocortantes, as pessoas podem contrair hepatite B, que é uma doença que acomete bastante. E no caso de materiais radioativos e quimioterápicos, a população pode sofrer danos celulares”, diz. Segundo ela, existem outras formas de tratamento de resíduos hospitalares. “A radiação ionizante, tratamentos químicos e a autoclavagem são outras formas de tratamento do lixo hospitalar”, afirma.

Até o ano de 2004, o lixo gerado por clínicas, hospitais, necrotérios e postos de saúde não era separado dos resíduos domiciliares e públicos. Após a regulamentação criada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – a Resolução RDC 306/2004 -, o descarte é de responsabilidade dos estabelecimentos geradores, que normalmente contratam empresas terceirizadas para fazer o serviço. Alguns materiais são incinerados e outros são levados para aterros sanitários.

Gerente do Sabin, Antônio Leitão diz que laboratório produz 150 mil quilos de resíduos diariamente, que são incinerados em Anápolis

O gerente de sustentabilidade do laboratório Sabin, Antonio Leitão, relata que a empresa armazena os resíduos produzidos, que são coletados todos os dias. “Contratei três funcionários para levar os contêineres com materiais infectantes para serem armazenados em 80 bombonas [recipiente para acondicionar os resíduos]”, diz. Depois de coletados, os resíduos são transportados por uma empresa terceirizada para a realização do tratamento. “Nós geramos cerca de 150 mil quilos de resíduos infectantes por dia, em Brasilia. Depois esse material é conduzido pela empresa responsável para incineração, em Anápolis”, afirma Leitão.

O lixo hospitalar é dividido pela Anvisa em diferentes grupos. O grupo A contém os resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção. Esses materiais são luvas, tubos, placas, ou qualquer coisa que tiver contato com amostras biológicas. No grupo B estão as substâncias químicas, que a depender de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente. Os materiais radioativos resultantes de atividades humanas, para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista, compõem o grupo C. O lixo pertencente ao grupo D pode não gera risco ao meio ambiente,à saúde e nem emite radiação – assim, pode ser comparado ao lixo domiciliar. O grupo E contém os materiais perfurocortantes como agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas e lâminas de bisturi. Desde 2009, a empresa Belfort Ambiental é responsável pela coleta, transporte, tratamento e pelo destino final de lixo hospitalar dos grupos A, B e E. Antes de ser levado para o aterro industrial, o lixo é tratado pelo método de incineração. “O tratamento é feito por incineração com temperatura controlada, e com sistema de lavagem de gases e monitoramento contínuo”, afirma Eliene Souza, engenheira ambiental da empresa.

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